sexta-feira, 14 de abril de 2017

HISTÓRIA DA ELIS

ELiS é a sigla para Escrita das Línguas de Sinais. Esse sistema de escrita foi criado por mim em 1998, ano de conclusão de meu mestrado na Universidade Federal de Goiás (UFG), e colocado em prática depois da conclusão de meu doutorado, em 2008, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Desde então, a ELiS tem sido usada e difundida no curso de graduação em Letras – Libras da UFG, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Federal da Grandes Dourados (UFGD), bem como tem ganhado cada vez mais espaço nos Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às pessoas com Surdez (CAS), em Centros de Referência, Associações de Surdos e cursos livres de Libras. Além disso, a ELiS está sempre presente em grandes congressos de linguística, educação e língua de sinais.

 A ELiS é um sistema de escrita alfabético e linear, cujos caracteres, denominados visografemas, foram desenvolvidos especialmente para ela. Os visografemas representam os elementos visuais que compõem as línguas de sinais, a saber, as configurações de dedos, orientações da palma, pontos de articulação, movimentos e expressões não manuais. Esses elementos são organizados em uma estrutura própria, que segue a dinâmica natural de formação dos sinais, ou seja, sua natureza sequencial cumulativa, que resulta em simultaneidade.


autora: MARIANGELA ESTELITA BARROS



LIVRO : 

ELiS - Sistema Brasileiro de Escrita das Línguas de Sinais



SUMÁRIO


Capítulo 1. História da ELiS

Capítulo 2. Os visografemas

Capítulo 3. A iconicidade dos visografemas

Capítulo 4. As regras grafotáticas

Capítulo 5. A ordem “alfabética” na ELiS

Capítulo 6. A fonte ELiS

Capítulo 7. Exercícios para a prática da ELiS

Capítulo 8. Respostas dos exercícios para a prática da ELiS

Capítulo 9. Caderno de caligrafia da ELiS




      

                                    
                                          O alfabeto na ELIS
















sábado, 8 de abril de 2017

Surdez graus

SURDEZ 



Surdez á a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pessoa que não percebe sons acima 26 dB é portadora de surdez. A surdez pode ser:
 • Leve: as pessoas podem não se dar conta que ouvem menos: somente um teste de audição (ãudiometria) vai revelar a deficiência. E a perda acima de 25 a 40 decibéis (D.B.); 
• Moderada: É a perda de 41 a 55 (D.B.). Os sons podem ficar distorcidos e na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender, particularmente quando têm várias pessoas conversando em locais com ruído ambiental ou salas onde existe eco. A pessoa só consegue escutar os sons muito altos como o som ambiente de urna sala de trabalho e tem dificuldade para falar ao telefone. 
• Severa: a perda de 71 a 90 (D.B.). Para ouvir, a pessoa precisa de um som tão alto quanto o barulho de uma impressora rotativa (até 80 decibéis). 
Surdez profunda: É a perda Acima de 91 (D.B.). A pessoa só ouve ruídos como os provocados por uma turbina de avião (120 decibéis) disparo de revolver (150 decibéis) e tiro de canhão (200 decibéis). 

PREVENÇÃO DA SURDEZ: 

- Proteção à maternidade, através de assistência pré-natal, e parto assistido adequadamente:
- Cuidados adequados ao recém-nascido, proporcionando amparo afetivo e ambiente propício para seu desenvolvimento;
- Vacinação completa das crianças:
- Tratamento médico a todas as doenças da infância; 
- Evitar os casamentos consangüíneos; 
- Alimentação e estimulação adequada na etapa pré-escolar: 
- Diagnóstico precoce de todos os distúrbios no desenvolvimento.


NORMAL E LEVE : Dificuldades de compreensão de fala em baixa intensidade ou em ambientes ruidosos.

MODERADO:
Maior dificuldades para compreensão de fala.

SEVERO:
A fala precisa ser expressa em intensidade forte e bem próxima à orelha.

PROFUNDO:
Residuos auditivos.




Lei da Libras

LEI DE LIBRAS 



Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. 

Dispõe sobre a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e dá outras providências. Eu o presidente da república faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei. 
Art. 1 - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo Único. entende-se como LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora. Com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
Art. 2 - Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. 
Art 3 - As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4 - O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de educação especial, de fonoaudióloga e de magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da língua brasileira de sinais - libras, como parte integrante dos parâmetros curriculares nacionais - PCNS. Conforme legislação vigente. Parágrafo Único. A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS não poderá substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa. 
Art. 5 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 24 de abril de 2002; 1810 da Independência e 1140 da República. 
Fernando Henrique Cardoso Paulo Renato Souza
Texto Publicado no D.O.U. de 25.4.2002.









Quem são os surdos?

QUEM SÃO OS SURDOS? 


São aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço- visual como principal meio de conhecer o mundo, em substituição à audição e à fala. A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Língua de Sinais. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral (fala). 

Deficiência AuditivaTermo técnico usado na área da saúde e, algumas vezes, em textos legais. refere-se a uma perda sensorial auditiva. Não designa o grupo cultural dos surdos.

 Surdo-Mudo:  Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação, principalmente televisão, jornais e rádio. 

*O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, totalmente desagregada da surdez. São minorias os surdos que também são mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados. Também é possível um surdo nunca ter falado,sem que seja mudo, mas apenas por falta de exercício. 
* Por isso, o surdo só será também mudo se, e somente se, for constatada clinicamente deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons. Fora isto, é um erro chamá-los de surdo-mudo. Apague esta ideia! 

O que é o Surdo-Mudo? 
Erro social dado ao tato de que o surdo vive num ‘’silêncio” rotulado pela própria sociedade (por falta de conhecimento do real significado das duas palavras). 

Surdez: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição 
Mudez: problema ligado à voz. 

O que é a deficiência auditiva?
É apenas uma perda sensorial, por isto as pessoas com problemas de audição têm potencialidade igual a de qualquer ouvinte. Comunicação com liberdade e segurança. Para os surdos a língua de sinais é fundamental, pois só através dela podem se comunicar. 

DESMISTIFICANDO OS ESTEREÓTIPOS 
  • Nem todo surdo é mudo; 
  • Nem todos os surdos fazem leitura labial; 
  • Nem todos os surdos sabem Língua de Sinais; 
  • Ao falar com surdo não é necessário tocá-lo fortemente e/ou falar em voz alta. 
  • A Língua de Sinais não é universal.






História dos surdos

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS 


A história da educação dos surdos é cheia de controvérsias e descontinuidades. A primeira notícia que temos é do século XII, quando os surdos não eram considerados humanos, não tenham direito à herança, não frequentavam nenhum meio social e eram proibidos de se casarem. 

Na Idade Média, com o feudalismo, os surdos começaram a ter atenção diferenciada pelo clero (Igreja), que estava muito preocupado com o que tais pessoas faziam e por que não vinham se confessar. 

As pessoas não iam se confessar porque não apresentavam uma língua estruturante para seu pensamento. Mas a igreja também estava muito preocupada, pois nasciam muitos surdos nos castelos dos nobres, devido à frequência dos casamentos consanguíneos, comuns na época, visto que a nobreza não queria dividir sua herança com outras famílias e acabavam casando-se entre primos, sobrinhas, tios e até irmãos. 

Como nos mosteiros da Igreja havia padres, monges e frades que utilizavam de uma língua gestual rudimentar, porque nesses ambientes existia o voto do silêncio, esses religiosos foram deslocados para esses castelos com a missão de educar os filhos surdos dos nobres em troca de grandes fortunas. 

Quanto ao método utilizado na época não temos registros, mas sabe-se que alguns acreditavam que deveriam priorizar a língua falada, outros, a língua de sinais e outros, ainda, o método combinado. 

Em 1880, aconteceu o Congresso Mundial de Professores de Surdos em Milão, na Itália, onde foi discutido qual seria o melhor método para a educação dos surdos. Nesse congresso ficou resolvido que o melhor método era o oral puro, sendo proibida a utilização da língua de sinais a partir desta data. 

A partir daí, as crianças surdas, muitas vezes, tinha suas mãos amarradas para trás e eram obrigadas a sentarem em cima das mãos ao irem para a escola, para que não usassem a língua de sinais. 

Tal opressão perdurou por mais de um século, trazendo uma série de consequências sociais e educacionais negativas. 

No Brasil, a primeira lei que viabiliza o uso da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos surdos foi assinada em novembro de 2002 pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.


Números em Libras





Alfabeto em Libras







 ALFABETO DE LIBRAS 





       O alfabeto de Libras (Língua Brasileira de Sinais) teve sua origem ainda no Império. Em 1856, o conde francês Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem à Libras. Este sistema foi amplamente difundido e assimilado no Brasil.
         No entanto, a oficialização em lei da Libras só ocorrreu um século e meio depois, em abril de 2002 – nesse período, o Brasil trocou a monarquia pela república, teve seis Constituições e viveu a ditadura mlitar. 
       O longo intervalo deve-se a ulma decisão tomada no Congresso Mundial de Surdos, na cidade italiana de Milão em 1880. No evento, ficou decidido que a língua de sinais deveria ser abolida, ação que o Brasil implementou em 1881.
       A Libras quase mudou o nome e só voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma lei estadual. Só em agosto de 2001, com o Programa Nacional de Apoio à Educação do Surdo, os primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a língua brasileira de sinais. A regulamentação da Libras em âmbito federal só se deu em 24 de abril de 2002, com a lei nº 10.436.















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HISTÓRIA DA ELIS ELiS é a sigla para Escrita das Línguas de Sinais. Esse sistema de escrita foi criado por mim em 1998, ano de conclusão...